BRICS avança em proposta de sistema de pagamentos alternativo ao SWIFT durante cúpula no Rio
Economia
Rio de Janeiro – 7 de julho de 2025
Durante a 17ª Cúpula do BRICS, realizada nesta semana no Rio de Janeiro, os líderes dos países que compõem o bloco — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além dos novos membros Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos — deram um passo importante em direção à criação de um sistema próprio de pagamentos internacionais, alternativo ao SWIFT, atualmente dominado por países ocidentais.
A iniciativa faz parte dos esforços da Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do BRICS, voltada à construção de uma plataforma mais acessível, ágil e segura para transações entre os países-membros. A proposta visa ampliar a interoperabilidade entre os sistemas financeiros nacionais e reduzir a dependência de mecanismos financeiros tradicionais controlados pelo Norte Global.
Em comunicado oficial, os líderes saudaram o relatório técnico elaborado pela Força-Tarefa de Pagamentos do BRICS, que delineia possíveis modelos para a integração financeira entre os membros do bloco. O documento destaca a criação de uma infraestrutura própria, que inclua soluções como sistemas regionais de liquidação, custódia, resseguro e mecanismos de compensação direta em moedas locais.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), sediado em Xangai e presidido por Dilma Rousseff, foi apontado como peça-chave na implementação do novo sistema. A instituição poderá atuar como incubadora de instrumentos financeiros inovadores, além de fornecer garantias multilaterais e suporte institucional à plataforma proposta.
Outro ponto de destaque foi o fortalecimento do Arranjo Contingente de Reservas (CRA), mecanismo criado para fornecer suporte financeiro mútuo em momentos de instabilidade cambial. A expectativa é que o conjunto dessas medidas constitua um ecossistema financeiro robusto e independente, capaz de impulsionar o comércio e o investimento entre os países do Sul Global.
Com a ampliação do BRICS e o crescente interesse por soluções financeiras soberanas, o grupo sinaliza uma reconfiguração do sistema econômico internacional, com foco na descentralização e na autonomia frente às estruturas dominadas pelo Ocidente.