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Julho começa com bandeira vermelha na conta de luz e ameaça orçamento das famílias paraenses

Economia

Julho começa com bandeira vermelha na conta de luz e ameaça orçamento das famílias paraenses
Julho começa com bandeira vermelha na conta de luz e ameaça orçamento das famílias paraenses (Foto: Reprodução)

Prepare o bolso, o mês de julho chegou com um sinal de alerta para os consumidores paraenses: a conta de energia elétrica vai pesar ainda mais no orçamento doméstico. Em plena temporada de férias escolares — período marcado pelo aumento do consumo nas residências —, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) confirmou a manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, o que representa um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A medida valerá ao menos até o próximo dia 31 de julho, com uma nova avaliação prevista para o dia 25, quando a agência poderá anunciar se o custo será mantido ou reajustado para o mês de agosto.
Consumo elevado nas férias amplia impacto

Com crianças e adolescentes em casa por mais tempo, o consumo de energia tende a aumentar significativamente durante as férias escolares. Ar-condicionado ligado por mais horas, mais eletrônicos em uso, além de geladeiras e luzes sendo constantemente acionadas, compõem um cenário de alta demanda nas residências.

De acordo com o economista Valfredo de Farias, o impacto no orçamento das famílias será evidente:

    “Tem mais gente dentro de casa. Mais ar-condicionado, mais televisão, mais geladeira sendo aberta. E com a bandeira vermelha, haverá um aumento de pelo menos 20% na conta de luz”, alerta o especialista.

Famílias de baixa renda sentem mais o impacto

Para quem vive com um salário mínimo ou depende de rendas instáveis, o aumento na fatura de energia pode comprometer outras despesas essenciais.

    “Quando a conta de luz sobe, algo precisa ser cortado. Muitas vezes, o consumidor atrasa o pagamento do cartão de crédito ou até da alimentação para manter a energia em dia, porque é impossível viver sem ela”, destaca Valfredo.

Sistema elétrico sob pressão

A decisão da ANEEL de manter a bandeira vermelha está relacionada ao nível crítico dos reservatórios das principais hidrelétricas do país, afetados pela estiagem prolongada. Com menos água disponível, o sistema precisa recorrer ao uso de termelétricas, fontes de energia mais caras e poluentes.

A situação é considerada preocupante por especialistas, já que o Brasil depende fortemente da matriz hidrelétrica para geração de energia. A expectativa do setor elétrico é de que esse cenário persista ao longo do mês, com possibilidade de se estender até o início do segundo semestre, caso as chuvas continuem escassas.
Críticas à falta de incentivo para fontes renováveis

Valfredo de Farias também chama atenção para a falta de políticas públicas eficazes que incentivem o uso de energias alternativas e renováveis.

    “A energia solar, que poderia ser uma alternativa viável para muitas famílias, está sendo cada vez mais onerada. A retirada de incentivos e o aumento da carga tributária sobre sistemas de geração distribuída dificultam o acesso da população a essas tecnologias”, criticou.

A crítica do economista ecoa uma preocupação crescente entre consumidores e especialistas do setor, que veem com preocupação o recuo de estímulos a uma matriz energética mais sustentável e descentralizada.
Entenda a bandeira vermelha

Criado em 2015 pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias tem o objetivo de informar de forma clara os consumidores sobre os custos reais da geração de energia no país. Funciona como um “semáforo” nas contas de luz:

    Bandeira verde: condições favoráveis, sem cobrança extra;

    Bandeira amarela: condições menos favoráveis, cobrança adicional moderada;

    Bandeira vermelha patamar 1: acionamento de termelétricas com custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh;

    Bandeira vermelha patamar 2: cobrança ainda maior, atualmente em R$ 7,50 a cada 100 kWh.

Em nota oficial, a ANEEL reafirmou que, neste momento, não há previsão de redução nos custos da energia elétrica, e que a decisão sobre a bandeira tarifária para agosto será anunciada no fim de julho, levando em consideração as condições hidrológicas e de operação do sistema.

Dica de economia:
Para aliviar o impacto da bandeira vermelha, especialistas recomendam medidas simples de economia, como manter aparelhos desligados da tomada quando não estiverem em uso, evitar o uso de ar-condicionado em horários de pico, regular a temperatura da geladeira e aproveitar a luz natural sempre que possível.

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