Fim da Guerra de 12 Dias: Irã anuncia cessar-fogo com Israel e abre caminho para retomada diplomática no Oriente Médio

Internacional

Conflito que alarmou a comunidade internacional chega ao fim com mediação dos Estados Unidos; presidente iraniano sinaliza disposição para diálogo com Washington e parceiros regionais.

Teerã, 25 de junho de 2025 — Em um pronunciamento transmitido pela emissora estatal Irna, o presidente do Irã, Masoud Pezashkian, anunciou oficialmente nesta terça-feira (25) o encerramento do conflito armado contra Israel, conhecido internacionalmente como a “Guerra de 12 Dias”. O cessar-fogo, celebrado como um avanço significativo para a estabilidade regional, é resultado de intensa mediação diplomática envolvendo lideranças globais, com destaque para o papel dos Estados Unidos.

“Hoje, após a resistência heroica de nossa grande nação, cuja determinação faz história, testemunhamos o estabelecimento de uma trégua e o fim desta guerra de 12 dias, imposta pelo aventureirismo e pela provocação de Israel”, declarou Pezashkian, em tom nacionalista, durante o discurso transmitido em rede nacional.

A guerra, que durou quase duas semanas, causou centenas de mortes e reacendeu o temor de uma escalada mais ampla no Oriente Médio. O anúncio do cessar-fogo representa uma reviravolta nas relações regionais, especialmente após semanas de bombardeios mútuos, ataques com drones e mobilização de tropas nas fronteiras.
Mediação internacional e papel dos EUA

O acordo de cessar-fogo foi selado após intensas negociações lideradas por Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos e pré-candidato à reeleição pelo Partido Republicano. Trump, que classificou o confronto como a “Guerra de 12 Dias”, anunciou o sucesso da trégua em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (24), em Washington.

Fontes diplomáticas afirmam que o governo norte-americano articulou conversas paralelas com autoridades israelenses, iranianas, sauditas e europeias, além de contar com o apoio silencioso do Egito e do Catar. Segundo o Departamento de Estado, o objetivo imediato foi evitar um colapso humanitário e restaurar canais de comunicação entre Teerã e Tel Aviv.
Abertura diplomática e novo tom iraniano

Em uma sinalização de mudança de postura, o presidente Pezashkian também revelou, durante o anúncio, que conversou por telefone com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e declarou que o Irã está disposto a retomar o diálogo com os Estados Unidos para tratar das “divergências históricas que dividem nossas nações há décadas”.

A retomada da diplomacia com Washington marca uma guinada na política externa do Irã, especialmente após anos de tensão sob os governos anteriores. Pezashkian, que assumiu a presidência com uma agenda mais moderada, tem buscado restaurar relações estratégicas para aliviar sanções econômicas e fortalecer a posição do Irã no tabuleiro internacional.
Cenário pós-guerra e desafios pela frente

O fim do confronto, embora celebrado, não encerra os desafios. A guerra deixou cidades destruídas, dezenas de milhares de deslocados e infraestrutura crítica comprometida em ambos os lados. Organizações internacionais, como a ONU e a Cruz Vermelha, já alertaram para a necessidade urgente de assistência humanitária.

Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ainda não fez um pronunciamento oficial sobre o cessar-fogo, mas fontes próximas ao governo confirmaram a suspensão das operações militares, após pressão de aliados europeus e do próprio Congresso norte-americano.

A comunidade internacional agora acompanha atentamente os próximos passos, especialmente no que diz respeito à retomada de negociações de paz mais amplas e duradouras. Para analistas, o gesto do Irã ao se abrir para o diálogo com os EUA pode ser um indicativo de uma nova dinâmica geopolítica na região.