Na raça e na superação, Remo vira sobre o Operário-PR com gol no fim e se aproxima do G-4 da Série B
Esporte

Em uma noite marcada pela emoção, pela persistência e por decisões do VAR, o Clube do Remo venceu o Operário-PR de virada por 2 a 1, neste domingo (8), no Estádio Mangueirão, em Belém. A partida, válida pela 11ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, foi um teste de nervos para a torcida azulina — e terminou com explosão de alegria nos acréscimos, após um segundo tempo dramático e cheio de reviravoltas.
Com o resultado, o Leão Azul chegou aos 20 pontos e subiu para a quinta colocação na tabela, empatado em pontos com o Coritiba, que fecha o G-4 por ter uma vitória a mais (6 contra 5). Já o Operário estacionou nos 14 pontos e caiu para a 11ª posição, perdendo fôlego na briga pelo acesso.
Primeiro tempo de estudos e chances tímidas
O jogo começou morno, com as duas equipes se estudando e trocando investidas tímidas. O Remo tentou explorar a velocidade de Pedro Rocha pela esquerda logo aos quatro minutos, mas a zaga paranaense neutralizou o avanço. Neto Paraíba arriscou de fora da área dois minutos depois, sem sucesso.
A partida seguiu truncada no meio-campo, com muitas disputas físicas e poucas jogadas de real perigo. O árbitro distribuiu cartões para conter os ânimos: Boschilia, do Remo, foi advertido aos 30 minutos por reclamação. Marcelinho e Adaílton tentaram em chutes isolados, mas o Operário também esbarrou na falta de pontaria.
O lance mais perigoso da primeira etapa veio nos acréscimos: Rodrigo Rodrigues, atacante do Fantasma, finalizou com força, mas o goleiro Marcelo Rangel salvou o Remo com uma defesa corajosa com os pés, mantendo o placar zerado antes do intervalo.
Segundo tempo: gol cedo, VAR polêmico e virada no fim
Logo no início da etapa final, o Operário abriu o placar. Aos 4 minutos, Rodrigo Rodrigues aproveitou vacilo da defesa azulina e bateu firme para marcar: 1 a 0 para os visitantes. O gol mudou a dinâmica da partida, forçando o Remo a se lançar ao ataque.
O empate veio em um lance que incendiou o Mangueirão e gerou polêmica. Aos 21 minutos, após cobrança de escanteio, o zagueiro Reynaldo desviou de cabeça e mandou para as redes. O árbitro inicialmente anulou o gol, alegando toque de braço, mas após revisão do VAR, o lance foi validado. Gol confirmado, festa nas arquibancadas e novo fôlego para o Leão.
O jogo se tornou mais aberto e emocional. O Operário tentou retomar o controle, mas viu o Remo crescer empurrado pela torcida. Marcelo Rangel apareceu bem em pelo menos duas intervenções importantes, garantindo o time vivo na partida.
E o roteiro dramático reservava um desfecho épico. Aos 44 minutos, em rápido contra-ataque puxado por Pedro Rocha pelo centro, o atacante serviu Sávio, que invadiu a área com liberdade e, com frieza, deslocou o goleiro Elias para decretar a virada heroica: 2 a 1 para o Remo. Explosão de alegria no Mangueirão e a reafirmação de um time que se recusa a ceder.
Nos acréscimos, o Leão ainda desperdiçou uma chance clara de ampliar, mas o apito final veio como alívio e consagração.
Persistência como identidade
Mais do que os três pontos, o Remo conquistou moral. A vitória mostrou um time resiliente, que mesmo sob pressão, soube reagir com inteligência emocional e apoio do torcedor. A atuação de Sávio, decisivo na reta final, e a solidez de Marcelo Rangel foram destaques individuais em uma noite de superação coletiva.
Na próxima rodada, o Leão terá mais um desafio importante para seguir na briga pelo G-4. Se mantiver a força mental e a garra demonstradas no Mangueirão, a torcida azulina pode continuar sonhando com o retorno à elite. Afinal, como a noite de domingo provou: com alma, VAR e um toque de genialidade, nada é impossível no futebol.