Polícia Civil do Pará deflagra 9ª fase da Operação Parabellum
Polícia
Em mais uma ofensiva contra o crime organizado, a Polícia Civil do Pará deflagrou, na última sexta-feira (30), a nona fase da Operação Parabellum, voltada ao combate de facções criminosas com atuação interestadual. A ação coordenada promoveu diligências simultâneas nos estados do Pará, Goiás e Santa Catarina, resultando no cumprimento de 11 mandados de prisão preventiva e duas prisões em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
A operação foi liderada pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), por meio da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC), e envolveu articulação com forças policiais de outros estados, além de unidades de inteligência e órgãos de justiça. Um dos destaques desta fase foi o recambiamento de um dos líderes de facção presos no Rio de Janeiro para o Pará, onde passará a responder pelos crimes cometidos no estado.
Facção mantinha estrutura interestadual e disciplina rígida
Segundo o delegado Erir Netto, responsável pela condução da investigação, o grupo criminoso desarticulado nesta etapa mantinha uma estrutura altamente organizada, com cadastros internos de membros e reuniões periódicas por videochamada, mesmo com integrantes distribuídos em diferentes unidades da federação. “As videochamadas revelaram uma estrutura hierárquica bem definida e uma disciplina interna rigorosa. É uma facção com atuação nacional, mas que vinha comandando ações criminosas diretamente contra o território paraense”, afirmou o delegado.
Os investigados são suspeitos de envolvimento em uma série de crimes, incluindo tráfico de entorpecentes, extorsão, ameaças e lavagem de dinheiro, além de articulação para o comando de ações violentas em áreas urbanas e penitenciárias.
Cooperação interestadual e avanço nas investigações
A Operação Parabellum, que já está em sua nona fase, representa um avanço contínuo na estratégia de enfrentamento ao crime organizado no Pará. O diretor de Polícia Especializada, delegado Evandro Araújo, ressaltou que a atuação integrada entre estados foi fundamental para o êxito da ação. “Mesmo com a distância física entre os criminosos, a Polícia Civil permanece firme e coordenada no objetivo de enfraquecer essas organizações. Nenhum estado é intocável para o nosso alcance investigativo”, destacou.
Desde o início de 2025, a DRFC já contabiliza 120 prisões de integrantes de facções criminosas no Pará. Para o delegado Breno Ruffeil, titular da unidade, o resultado demonstra a eficácia de um trabalho técnico e estratégico. “Estamos diante de um esforço concentrado para desmantelar redes que ameaçam a paz e a segurança da população. Esse número expressivo de prisões reflete um planejamento de inteligência baseado em dados e articulações precisas”, afirmou.
Apoio jurídico e institucional
A operação foi autorizada pela Vara de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Pará, com parecer favorável do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público Estadual. Também participaram da ação o Núcleo de Inteligência Policial, as secretarias penitenciárias e a Diretoria de Polícia do Interior, além de forças policiais dos estados envolvidos.
A expectativa é que novas fases da Operação Parabellum sejam desencadeadas ao longo do ano, conforme o avanço das investigações e a identificação de outros membros das organizações criminosas. A Polícia Civil do Pará reforça que denúncias anônimas podem ser feitas por meio do Disque-Denúncia (181), com garantia de sigilo.